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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Teorias e Modelos para quê?


 

As teorias e modelos que são do nosso interesse, são aquelas que nos auxiliam a selecionar e projetar sistemas para dar suporte ao trabalho em grupo, e isso se dá a partir da compreensão de como as pessoas colaboram.
As teorias nos ajudam a entender, comparar, abstrair e generalizar as observações sobre o mundo em que vivemos e sobre os produtos criados por esta sociedade. Para comparar diferentes pontos de vista e compartilhar conceitos, pesquisadores utilizam estas teorias para tal.
Dentre as teorias sobre colaboração destacamos duas: Teoria dos Jogos e Teoria da Atividade. A Teoria dos Jogos são explicações matemáticas para diferentes cenários de tomada de decisão, envolvendo colaboração e competição. A Teoria da Atividade descreve e explica como seres humanos realizam atividades em situações cotidianas, individualmente e em sociedade.

Um modelo científico é uma representação lógica ou matemática de um fenômeno, é a descrição do fenômeno de maneira abstrata, conceitual, gráfica ou visual. É usado para explicar, analisar e fazer predições falseáveis sobre um fenômeno.
 

Teoria dos Jogos

Na Teoria de Jogos, estuda-se cenários de tomadas de decisões estratégicas, representados por jogos. Nestes cenários, cada pessoa tem que tomar uma decisão para obter um resultado, mas o resultado que ela terá não depende unicamente da sua decisão, mas também da decisão dos outros envolvidos. Portanto, para tomar uma decisão, é necessário avaliar a situação dos demais participantes e traçar suposições sobre que decisões eles tomarão. A Teoria dos Jogos provê conceitos, metodologia, formalização matemática e situações e cenários (jogos) já bem estudados que apoiam a análise de casos reais.Assume-se, na Teoria dos Jogos, que os jogadores sempre buscam obter o melhor resultado para si.Alguns exemplos a serem mencionados (podem ser apresentados antes da questão “que decisão tomar?”) são: leilão, ações diplomáticas para desarmamento de países, estabelecimento de preços e compartilhamento de bens comuns.

Num leilão, cada comprador dá um lance buscando fazer o outro desistir da compra, o que demanda que ele faça uma suposição sobre a decisão do outro. Até quando ele irá aumentar sua oferta? De quanto? Numa ação diplomática entre países que buscam desarmamento, cada país busca desarmar-se sem ficar indefeso e nas mãos do outro país. Quem dará o primeiro passo? Até que ponto o país deve abrir mão, por exemplo, de uma determinada base militar estratégica? O que será suficiente para o outro país prosseguir nas negociações? No estabelecimento de preços, cada participante tenta vender com preço baixo e alto lucro, mas o que acontece se meu concorrente cobrar um preço menor que o dele? No compartilhamento de bens comuns, cada pessoa busca usufruir ao máximo de um bem comum (um rio, uma floresta, as ruas de uma cidade) mas se isto acontece o bem comum se deteriora (o rio é poluído, a floresta é destruída, as ruas ficam engarrafadas).  







Um exemplo clássico da Teoria dos Jogos é o Dilema do Prisioneiro. Esse jogo é classificado como jogo de soma não zero, pois o ganho de um jogador não implica que os outros percam. O Dilema do Prisioneiro foi formalizado e adaptado ao cenário de prisioneiros pelo matemático A. W. Tucker. A seguir é apresentado em uma de suas variações.




O exemplo do Dilema dos Prisioneiros mostra como a Teoria dos Jogos apoia a compreensão de situações complexas reais e orienta os atores em suas ações e decisões. Em relação à colaboração, a Teoria dos Jogos esclarece conceitos nem sempre bem compreendidos como autointeresse, matriz de ganho, incentivos e jogos de soma não zero. Ao aplicá-los em situações reais, cresce a nossa capacidade de avaliar, propor e agir em cenários de trabalho, estudo e lazer em grupo. Um exemplo é a possibilidade de alterar a matriz de ganhos para introduzir incentivos que promovam a colaboração. 

A Teoria dos Jogos é cada vez mais usada em áreas como economia, política, filosofia a e computação. Desde a década de 1970, a Teoria dos Jogos também é usada para estudar o comportamento dos animais e a evolução genética, abordados a seguir. A corrida armamentista, a exploração dos recursos naturais comuns a todo o planeta e a formação de parcerias entre empresas são alguns exemplos analisados sob a ótica dessa teoria.

OUTROS JOGOS DA TEORIA DOS JOGOS
 












No Jogo do Frangote, cada jogador tenta colocar o oponente no limite para que ele desista e saia do jogo.

No Jogo do Voluntário, um ou mais jogadores prejudicam-se para favorecer o grupo; se não houver voluntários para o sacrifício, todo o grupo perde. A situação fica dramática quando alguém tem que dar a vida pelo grupo; caso contrário, todos morrem.


A Batalha dos Sexos é um jogo no qual marido e mulher precisam combinar um programa à noite: assistir ao futebol ou sair para um jantar romântico. O marido prefere o futebol; a mulher prefere o jantar romântico e os dois preferem estar juntos ao invés de separados. Mas, desejando estar juntos, ambos também querem fazer seu programa preferido.


O Jogo do Ultimato é descrito por meio de um cenário no qual duas pessoas têm que dividir uma quantia de dinheiro recebida por uma delas na sorte. O valor recebido é conhecido por ambos. A pessoa que ganha o dinheiro faz uma proposta de como dividi-lo. Se a outra pessoa aceitar, a quantia é dividida em função do acordo estabelecido, caso contrário, nenhum dos dois ficará com o dinheiro. O jogador precisa estimar o valor mínimo aceitável pelo outro, pois caso o outro recuse será prejudicial para ambos. Por exemplo, você aceitaria a proposta de receber R$1,00 (o que é melhor do que nada) enquanto o outro fica com R$99,00? Por quê? O que está em jogo nesse caso?

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